Secretarias da Educação e da Promoção da Igualdade Racial planejam ações contra intolerância religiosa em escola
Representantes das secretarias municipais da Educação e da Promoção da Igualdade Racial se reuniram, nesta quarta-feira (27), para discutir ações de combate ao bullying, ao racismo religioso e institucional, após o episódio com alunas adeptas às religiões de matriz africana.
As pastas avaliam realizar, na unidade de ensino, ações e intervenções de conscientização sobre a aplicabilidade da lei 10.639/2003 (alterada para 11645/08) sobre a História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, além das implicações legais sobre esses tipos de crimes.
Na sexta-feira (22), informações falsas atribuíram às alunas a responsabilidade de terem provocado uma manifestação que teria desencadeado uma incorporação coletiva de entidades cultuadas pelas religiões de matriz africana, na Escola Municipal 2 de Julho, em Itinga.
A comitiva da Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR) foi recebida pelo coordenador-executivo da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas (SEMED), Vitor Veiga.
Participaram do encontro a titular da SEPADHIR, Deize Marize, a superintendente de Igualdade Racial do órgão, Aline Santos, o coordenador de Direitos Humanos da pasta, Gabriel Sodré, e a assessora Luciana Nascimento.
Antes, na segunda-feira (25), a SEMED ouviu estudantes, pais e funcionários da escola sobre o ocorrido na sexta-feira (22), dia em que uma aluna pediu ao professor para acompanhar no banheiro a irmã, porque esta não se sentia bem, o que deu início aos boatos.
Como ambas são adeptas do candomblé, logo começou a circular na escola uma versão de que o mal estar teria levado a uma terceira estudante, da mesma religião de matriz africana, a incorporar uma divindade, o que teria provocado uma reação em cadeia em outros alunos.
Além disso, também foi ventilada a informação de que, no banheiro da escola, foram depositados alimentos como se fossem uma oferenda para um ritual, o que foi desmentido pelas funcionárias da limpeza ouvidas pela SEMED nos últimos dias.
A versão também é contestada pelo pai das duas irmãs, que, quando foi buscá-las na escola, vestia roupas brancas apenas porque é o que preconiza a tradição da religião de matriz africana às sextas-feiras, dia de reverenciar a divindade Oxalá.
“Inicialmente, parece que estamos diante de mais um caso de racismo religioso e institucional, motivadas por atitudes desrespeitosas. Estamos ouvindo e acompanhando a família das duas crianças”, avaliou a superintendente da SEPADHIR.
“É importante frisar que as duas secretarias já se colocaram à disposição, desde terça-feira (26), para receber a família e fazer o acolhimento das estudantes. Aguardamos apenas a disponibilidade dele”, informou o coordenador-executivo Vitor Veiga.
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Filho da terra, locutor há mais de 20 anos, blogueiro, empresário e apaixonado por Lauro de Freitas-Bahia.
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